Ah! Vida minha que por tantas vezes comparei-a a uma locomotiva desgovernada...
Quantos projetos interrompidos, sonhos despedaçados por nada mais nesta vida parecer valer a pena diante os meus olhos...
Quantos dias e anos, na insana inclinação ao caos, em fugas exteriores para garantir minha distração e sobrevivência... Quanto a isso parece mesmo ter funcionado, porém nada me satisfaz por muito tempo...
O tempo continua passando... De repente dou de cara com meu rosto ao espelho: sim, como eu mudei. Naturalmente não vejo mais aquele rosto tão jovial e aquele olhar que mesclava entre vida-morte, tristeza-aventura... Mas, apesar das mudanças físicas, ainda vi a minha parte imutável, a minha essência tantas vezes lançada nas profundezas do meu ser...
Que não seja muito tarde!
Retomarei o que estou de mim, pois ainda vivo! Ainda renasce em mim a vida, planos e sonhos... Quero aquecê-los em meu peito embora mais frio, mas que ainda há um coração a bater.
De repente me pego ouvindo as mesmas músicas de antes, acalentando as mesmas saudades, dores e até traumas, mas de forma mais corajosa: olho no olho, sem calmantes, álcool ou nicotinas.
. Vesti sobre meu corpo nu, minha própria vida nua, tal como somos... Olhando-me como o tempo me moldou. Não mais fugindo de mim ou da dor, mas em um acordo comigo, em união com o que eu sou.
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